Oxe, me respeite! ganha tendas na folia

25/01/2024

A cada ano, durante o Carnaval, órgãos do governo implementam ações que visam coibir cenas de agressões contra as mulheres. Após o caso da foliã agredida por integrantes do bloco “As Muquiranas” na folia do ano passado, o combate à violência de gênero durante a festa momesca se tornou uma pauta com destaque ainda maior. É neste cenário que a Rede de proteção à mulher apresentou em reunião realizada ontem os serviços disponibilizados para as mulheres contra agressões e outros abusos durante o Carnaval. 

Uma das medidas apresentadas com destaque foi a tenda “Oxe, me respeite!”, que ganha pontos físicos para o atendimento e apoio à mulher, em locais estratégicos (Ondina e Praça da Câmara de Vereadores) e com uma rede de atendimento multidisciplinar. A superintendente de prevenção e enfrentamento a violência contra as mulheres, Camilla Batista, explica a função das tendas.“É um espaço para, primeiro, trabalhar a prevenção com orientação; e segundo, de fazer o enfrentamento caso a mulher seja vítima de alguma violência”. Ela reforça que no Carnaval do ano passado foram registrados 12.653 orientações e acompanhamentos de mulheres que de alguma forma foram vítimas de violência.  As tendas têm entre os serviços previstos a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), que vai estar presente para o boletim de ocorrência; a Secretaria de Saúde para os exames e com preventivos durante o processo,  entre outros serviços que convergem no local. 

A Major Paula Queirós subcomandante do Batalhão da Mulher ressalta a importância da tenda: “A vantagem dos serviços estarem todos no mesmo local é que a vítima já vai ser encaminhada de forma objetiva ao lugar correto. Isso diminui a espera por esse acolhimento e ajuda para que ela conte essa história o menor número de vezes possível para não precisar ser revitimada”.

Apoio e tecnologia

Outra medida planejada para a festa momesca é a criação de um aplicativo - um sistema de QR Code -, que deve servir para orientar mulheres e direcioná-las para um local de atendimento. Por exemplo, se uma mulher for vítima de uma agressão física no Carnaval e quiser um atendimento na Deam, o aplicativo vai direcionar, com base na localização dela, ao posto mais próximo. A tecnologia ainda não tem nome, mas conforme Camilla Batista, da Superintendência de Prevenção e Enfrentamento a Violência contra as Mulheres - SPM/BA, a expectativa é  que seja lançada na próxima semana.

Pontos estratégicos de plantão que podem ser procurados para o atender mulheres vítimas de violência durante a folia são: o Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça, Casa da Mulher Brasileira - que vai funcionar 24 horas por dia -, além das tendas. 

“A Ronda Maria da Penha, através do batalhão também vai estar presente em todo o circuito de Ondina, do Pelourinho e também da Carlos Gomes. Também vai haver uma unidade móvel que vamos colocar à disposição durante todo o carnaval no circuito em Amaralina”. Em caso de agressão a recomendação da Major Paula é: “Se for vítima de algum tipo de violência e encontrar uma patrulha, pode aciona-la e pedir ajuda. Se não encontrou uma patrulha, pode se dirigir ao posto da polícia mais próximo para fazer o registro. Se estiver perto da tenda pode se deslocar para lá, porque é um lugar em que ela vai ser devidamente acolhida e orientada(...)  e vai ter o melhor tratamento possível”.


Fonte: A Tarde