45 Anos do som da resistência: Olodum, a identidade da Bahia

26/04/2024

No dia 25, o símbolo baiano-brasileiro celebra mais um aniversário de muita luta e ancestralidade

Foto: Site Oludum

São 45 anos de história. O Bloco Olodum marcou a população baiana desde sua fundação até hoje se tornando símbolo e referência da cultura brasileira, lutando pelo direito à cultura e contra ao racismo e sendo uma das referências de identidade do Brasil no mundo.

Olodum é uma palavra de origem yorubál que significa “Deus dos Deuses”. O Bloco completa mais um ano de vida e se mantém firme na trajetória contra preconceitos e desvalorização da arte negra. O Olodum sempre deu luz à situação da população do Pelourinho até pouco antes dos anos 1970, quando o local era ocupado por inúmeras pessoas em situação de pobreza. Nessa mesma década grandes Blocos Afro, como o llê Aiyê, em 1974, e o Malê Debalê, em 1979, se ergueram para fazer do Carnaval uma festa mais justa e inclusiva, sendo iniciativa dos moradores das localidades onde se mantinham os projetos. Tais como os outros bairros, o então Maciel-Pelourinho, onde nasceu o Oludum, se tornou um local de reafirmação, cultura e religiosidade forte na capital baiana.

Mestre Jackson e Neguinho do Samba criaram uma entidade que realizava ações englobando uma música própria voltada para a ancestralidade dos tambores africanos na Bahia e ações sociais formando pessoas, sobretudo crianças das comunidades do Pelô e seu entorno, ampliando o futuro do Olodum no projeto Rufar dos Tambores atual Escola Criativa Olodum. 
No campo da música, o Olodum se destacou com “Faraó”, um verdadeiro hino atemporal. Ao ser escolhido no FEMADUM – Festival de Música e Artes do Olodum, a canção de Luciano Gomes fez o som ser cantado pelo povo nas ruas e ainda mais nos carnavais, conseguindo o titulo do primeiro samba reggae com mais de 100 mil cópias vendidas. O hit fez o Olodum conhecido no país e no mundo. Ao longo dos anos, a produção musical da banda soma um DVD, onze CDs gravados no Brasil, 04 no exterior, e mais de 05 milhões de cópias vendidas. 

Tudo isso com parcerias de sucessos com cantores como Jimmy Cliff, Herbie Hancock, Paul Simon e um dos mais lembrados a gravação do single de Michael Jackson “They Don't Care About Us", onde o Rei do Pop canta e dança ao som dos tambores do Pelourinho em 1996 junto a 200 instrumentistas vestindo a camisa do grupo. A passagem do astro pelo Pelô é representada por uma estatua de papelão junto a uma foto do músico pop na sacada de um dos prédios do Pelourinho.

Em 2017 o Olodum conquista mais um triunfo: se tornou Patrimônio Imaterial do Estado da Bahia pelo Instituto do Patrimônio Artístico da Bahia, unidade vinculada a Secretaria de Cultura do Estado, através da Lei 22.2249/2017. 
 

Panafricanismo – Uma marca do Olodum são as cores. O Olodum adotou a coloração do Movimento Panafricanismo, verde, amarelo, branco, vermelho e preto. O verde representa as florestas equatoriais da África; o vermelho o sangue da raça negra; o amarelo o ouro da África; o preto o orgulho da raça negra; e o branco a paz mundial.