Milhares de pessoas prestigiaram o Cotejo 2 de Julho junto às Filarmônicas da Bahia

03/07/2024

 

Milhares de pessoas seguiram em cortejo no Centro Histórico de Salvador para celebrar o 201º Desfile de Independência do Brasil na Bahia, neste 2 de Julho, em Salvador. A Fundação Cultural do Estado da Bahia, unidade vinculada à SecultBA, levou 10 bandas filarmônicas da Bahia para o cortejo cívico, oriundas de diversas cidades do estado. 

Cerca de 400 músicos, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos, fizeram a alegria do festejo com composições de frevos e dobrados, além, claro, do Hino ao 2 de Julho, que se fez presente durante todo o cortejo. 

 

A exemplo de Natalle Oliveira, de 18 anos, da Filarmônica União Sanfelixta, que veio de São Félix, no recôncavo baiano, para tocar no desfile. “Faz cinco anos que estou na Filarmônica. Eu já participei do Desfile 2 de Julho em Salvador uma vez, mas na época, eu era mascote da Filarmônica, então essa é a primeira vez que estou tocando de fato. É uma experiência fantástica, estou gostando muito, a organização está muito boa e é emocionante finalmente poder tocar nas ruas. Eu sou de São Félix, que também tem Cortejo 2 de Julho, então é um privilégio imenso fazer parte disso, ainda mais tocando, é uma experiência fantástica”, relatou a jovem. 

Sérgio Mendes veio de Irará, no Portal do Sertão, para desfilar com a Filarmônica 25 de Dezembro, em Salvador, neste 2 de Julho. Já são vários anos de história e presença no Desfile Cívico na capital baiana. “É muito importante participar dessa data magna para os baianos, todos os anos estamos aqui fortes na tradição de celebrar a Independência da Bahia, os baianos abraçam mesmo essa data.” Sérgio, saxofonista, é integrante da Filarmônica 25 de Dezembro há 42 anos, e repassa a tradição para a família: “estreei na Filarmônica com 14 anos e hoje meu filho também faz parte, é passar a tradição de geração em geração”.

 

Integrante da Filarmônica 2 de Janeiro de Jacobina, Alana Kelly, de 24 anos, veio do centro-norte do estado para participar de mais um Desfile Cívico na capital baiana. Metade da sua vida foi na filarmônica: “tem mais de 12 anos que faço parte da Filarmônica 2 de Janeiro, e desde então venho participar do desfile todos os anos, me considero nascida e criada nessa tradição. Acho extremamente importante a gente celebrar essa data que valoriza a cultura das filarmônicas e a importância do desfile cívico para fortalecer ainda mais o vínculo entre o estado e as filarmônicas. Somos do interior da Bahia, viemos de longe, e é muito importante pra mim estar celebrando esse dia de hoje”, relatou a flautista.

Maestro de uma das filarmônicas mais antigas da Bahia, o Maestro Miranda, da Sociedade Lítero Musical Minerva Cachoeirana, de Cachoeira, destacou a importância do desfile cívico: “É uma satisfação estar aqui por essa data tão importante que foi a Independência da Bahia, estou há mais de 35 anos à frente da Minerva Cachoeirana, que representa muito bem a nossa cidade do desfile cívico em Salvador. Hoje o repertório é de frevos e dobrados, destacando a tradição da banda no desfile”. 

 

Já o coordenador de projetos da Minerva Cachoeirana, Roberaldo Galiza, destacou: “O mais interessante é a gente lembrar que essa data é muito importante para a Bahia, para o Brasil, apesar de não estar na história do Brasil como deveria. A luta pela independência começou e terminou em Cachoeira, a resistência aconteceu no Recôncavo, antes mesmo do grito do Ipiranga, então pra nós, de Cachoeira, estar aqui no 2 de Julho, é uma coisa muito significativa”. 

A professora Vânia Matos acompanhou o desfile desde a saída da Cabocla e do Caboclo: “todos os anos eu venho, já é uma tradição. A data é muito significativa para nós baianos, representa nossa liberdade, nossa independência, e não podemos deixar de celebrar, não podemos deixar morrer essa tradição”. 

 

Augusto Reis aproveitou a ocasião para levar seu filho de três anos ao desfile. “A gente precisa educar com o exemplo, mostrar a importância de vir todos os anos às ruas celebrar a data. É a primeira de muitas vezes que ele virá prestigiar do desfile.” 

 

Neste ano, desfilaram através da Fundação Cultural do Estado da Bahia as bandas: Filarmônica 2 de Janeiro de Jacobina, Filarmônica 25 de Dezembro (Irará), Filarmônica 30 de Junho (Serrinha), Filarmônica 4 de Janeiro (Itiúba), Sociedade Filarmônica Amantes da Lyra (Santo Antônio de Jesus), Filarmônica Guerreiros do Sol (Dias D’Ávila), Filarmônica Lyra Popular (Belmonte), Filarmônica Minerva Cachoeirana (Cachoeira), Filarmônica Terpsícore Popular (Maragogipe) e Sociedade Filarmônica União Sanfelixta (São Félix). 

 

Fotos: Lucas Malkut