#CARNAVALDACULTURA O bloco afro "Ginga do Negro" traz resistência feminina para o circuito Batatinha em Salvador

13/02/2024


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Fotos: Joelma Antunes


 

O bloco afro ‘Ginga do Negro’ desfilou na segunda-feira (12) de carnaval no circuito Batatinha. Com mais de 400 pessoas compondo o desfile, seguiram até o Largo da Praça. O movimento possui 20 anos de história e carrega a filosofia de valorizar a cultura negra e reforçar o legado dos povos quilombolas e de terreiros de candomblé na sociedade brasileira.

 

Com uma diretoria composta só por mulheres, o bloco encabeça a resistência feminina, pautando o poder da mulher nas comunidades. “Desde sempre são as mulheres que vem trazendo sustento para família, seja emocional ou material, a mulher é mais forte do que pensa. E estamos aqui para trazer essa consciência”, destacou Edna Rodrigues, designer do bloco.

 

A sede do bloco fica no Centro Histórico de Salvador, mas o grupo nasceu no bairro do Barbalho e é liderado por uma mulher negra de 73 anos, artística plástica, Rose Mafalda. “Entregamos a diretoria às mulheres porque acreditamos no potencial da mulher”, destacou Rose Mafalda, presidenta.  Foi o segundo dia de desfile do bloco, que no sábado, se apresentou no sentido contrafluxo, do circuito Osmar e finalizou suas apresentações nesta segunda de carnaval.



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Fotos: Joelma Antunes


 

O Bloco homenageou orixá Oxóssi, considerado o rei da fartura e senhor das matas. Para Mafalda, a fartura está em pauta nesse desfile, pois as mulheres além de movimentar as emoções na família, atuam fomentando a prosperidade e riquezas, destacou com firmeza, confiança e fé. O movimento cultural segue fortalecendo a identidade étnica e a autoestima do povo negro. Seu ritmo musical remete às festas dos terreiros de Candomblé, com muita  muita dança e expressão artística

 

Carnaval Ouro Negro 2024 - O Carnaval da Bahia é Ouro Negro. Em 2024, foram investidos R$15 milhões para proporcionar o apoio a mais de 170 grupos dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e de índio. Só no carnaval de Salvador são mais de 100 entidades que desfilam nos circuitos oficiais da folia. Entre as entidades contempladas estão grupos tradicionais como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Muzenza e Cortejo Afro.  A SecultBA amplia sua parceria com blocos tão importantes com o intuito de preservar a tradição destes na folia soteropolitana e nas suas comunidades de origem, valorizando as nossas matrizes africanas.

Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 é os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".