#CARNAVALDACULTURA Davi Moraes e banda transformam o Carnaval do Pelô em uma festa do interior moderna

12/02/2024

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“Os Amaros, Morenos e Davis, os Pablos, Pedrinhos, todos esses guris, vão botar pra quebrar lá pelo ano 2000”. A profecia do mestre Moraes Moreira (1947-2020) na música “Meninos do Brasil”, vem se cumprindo. Como parte dessa realização, neste domingo de carnaval (11) o músico carioca Davi Moraes celebrou o repertório carnavalesco do pai em show no Largo Pedro Arcanjo, no Carnaval Amô Pelo Pelô, acompanhado por Moreno Veloso e uma banda entrosada.

 

“A gente está muito feliz de estar aqui no Pelourinho pelo segundo ano consecutivo, porque meu pai não está mais presente neste plano, mas continua presente no carnaval. A gente sente que tem um propósito muito forte. É como se ele tivesse deixado uma carta pedindo para levarmos adiante o legado dele”, disse Davi.

 

O show teve como base o repertório do disco “Moraes é Frevo”, lançado em janeiro deste ano e que conta com diversas participações especiais, como os artistas Lenine, Céu, Maria Rita, Luiz Caldas, dentre outros. O álbum deu continuidade às celebrações da obra de Moreira, que contou em 2023 com a exposição “Mancha de dendê não sai”, e a chegada da sua discografia completa aos serviços de streaming. “Essas ações têm muito a mão de minha irmã, Maria Cecília, que começou a cuidar das redes sociais e fazer o gerenciamento da obra completa do nosso pai. Hoje essa obra está ao alcance da palma da mão dos fãs”, contou Davi.

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A abertura do show foi uma música instrumental inspirada na black music, com trechos cantados de “Sossego”, hit do Tim Maia. Muitos podem ser pegos de surpresa pela referência à música negra norte-americana em uma homenagem ao Moraes Moreira, mas essa era uma das muitas influências que ele agregava ao trabalho, sendo algo que Davi fez questão de trazer para o palco.

 

Daí em diante, “Chão da praça”, “Festa do interior”, “Eu também quero beijar” e outros sucessos de Moraes foram seguidos pela plateia, em coro. Para o pesquisador soteropolitano Ivan de Jesus, 65 anos, que acompanhou o mestre Moraes desde os Novos Baianos “Moraes Moreira, além de um grande músico, era alguém que tinha um posicionamento crítico tanto em relação ao carnaval quanto às questões sociais em si, e ele levava isso para a sua obra”, comentou Ivan.

 

Para a psicóloga aracajuense Elaine Mesquita, 40 anos, poder curtir frevo e outros ritmos, no clima de paz proporcionado pelo carnaval do Pelourinho, apenas melhora a festa. “Diversidade é sempre bem-vinda, isso faz com que um público mais amplo possa se divertir. Lá em Aracaju nós temos o Pré-Caju que é uma micareta com muitos estilos musicais, o que faz com que eu me sinta à vontade no carnaval daqui”, disse.

 

O show terminou com uma espécie de roda de frevo, que fez o largo entrar em ebulição com um dos hinos do carnaval baiano: “Chame gente”. A energia foi tanta que o público pediu bis, momento em que Davi aproveitou para tocar um de seus sucessos, “Na massa”, descendo do palco para fazer solos de guitarra junto à plateia.

 

“Tocar no palco do Pedro Arcanjo é muito especial para mim, porque foi o último lugar onde me apresentei com meu pai na Bahia. Então, esse show tinha que ser especial”, disse Davi, agradecendo pela oportunidade de celebrar o legado do seu pai, o grande Moraes Moreira.

 

Carnaval Amô Pelo Pelô 2024 - Todo dia é tempo de demonstrar o #AmôPeloPelô. Mas no Carnaval esse movimento se intensifica e o Governo da Bahia investe para fazer das ruas, ladeiras, vielas e largos verdadeiros palcos de expressão da nossa cultura. No Pelourinho, a folia é animada, diversa e democrática que abraça o carnaval de rua, microtrios e nanotrios, além de promover, nos palcos, grandes encontros musicais e variados ritmos numa ampla programação. Tem Afro, Reggae, Arrocha, Axé, Antigos Carnavais, Samba, RAP, Pagode/Pagotrap, pop e Guitarra Baiana, além de Orquestras e Bailes Infantis.

 

Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 são os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É o carnaval dos blocos afro, de samba, de reggae e dos afoxés, apoiados por meio do Edital Ouro Negro para desfilar nos três principais circuitos da folia: Batatinha, Dodô e Osmar. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".