#CARNAVALDACULTURA Gutto Cabaré e a banda Release mostram que também tem espaço para a “sofrência” no carnaval do Pelô

12/02/2024

pelo  pelo

O público presente no Largo Pedro Archanjo, Carnaval Amô Pelo Pelô, aproveitou o domingo de carnaval (11) para curtir uma “sofrência”, com os shows de Gutto Cabaré e da banda Release, representantes do arrocha na capital baiana. Gênero musical derivado das serestas, o arrocha vem alcançando um maior público com o passar dos anos, marcando presença também no carnaval do Centro Histórico de Salvador.

 

O cantor e compositor Gutto Cabaré abriu os trabalhos trazendo um repertório que mesclou clássicos do arrocha e da música sertaneja a obras autorais como o sucesso “Tem Cabaré essa noite”, uma mistura do arrocha com a lambada. “Eu fui criado nas serestas de Salvador e Feira de Santana, sempre gostei desse tipo, além do sertanejo. Mas, profissionalmente, eu comecei tocando cavaquinho em uma banda de pagode, pra você ver como é a minha trajetória musical”, disse o artista, com mais de 15 anos de carreira.

 

Com a agenda cheia neste carnaval, Gutto aproveitou o show no Pelourinho pra descer do palco e cantar com o público clássicos do sertanejo como “Evidências” e “Dormi na Praça”, compartilhando os microfones com foliões que soltaram a voz nos refrões dessas músicas.

 

Artista gravado por nomes como Nattan, Safadão, Gusttavo Lima, Gutto Cabaré apresentou também a sua atual música de trabalho, “Oi, sumida”, que teve o clipe gravado na casa de Popó Freitas, lenda do boxe mundial. “Um dos filhos de Popó (Igor Freitas) foi o protagonista do clipe. Esse é um sucesso que veio de murro”, brincou o cantor.

 

O advogado feirense Iuri Falcão, 40 anos, veio pela primeira vez ao carnaval do Pelô e comparou a festa no Centro Histórico com outras experiências no carnaval: “Nos outros circuitos, as grandes estrelas da axé music atraem tanto público que chega a ser desconfortável para curtir a festa. Ter muitos palcos com gêneros diversos, como o arrocha, no Pelourinho, é uma iniciativa válida até para evitar a concentração do público em apenas um circuito”, opina.

 

A analista de marketing santoandreense Natália Beltrame, 36 anos, endossa a opinião de Iuri, chamando atenção para o conforto e a diversidade de atrações no carnaval do Pelourinho. “A sensação é que aqui é um circuito mais alternativo, com maior conforto, e acho ótimo darem oportunidade para artistas que não têm a mesma estrutura das grandes estrelas, espalhados pelos vários palcos”, comentou.

 

Grupo que deu continuidade à “sofrência” no Largo Pedro Arcanjo, a banda Release também trouxe obras conhecidas do arrocha, como “Cadê seu namorado, moça?” e “Olha onde a gente chegou”, interpretadas pelos vocalistas Rodrigo e Aline. Com cerca de 10 anos de estrada, o grupo trouxe arranjos musicais mais agitados, para combinar com a folia carnavalesca.

 

“Hoje a gente vai trabalhar em cima da nossa linha, que é o arrocha e a música romântica, e mais para o final do show vamos trazer um som mais agitado, pra mexer com o público”, disse Rodrigo. A outra vocalista, Aline, concilia a trajetória na banda Release com o seu trabalho solo e pontua que apesar de ter o arrocha como ritmo principal, a banda toca de tudo. “Nós somos ecléticos, e essa é uma marca característica que fazemos questão de ressaltar”, disse.

 

Além deste show no Pedro Arcanjo, a banda Release se apresentou também no início da tarde, em um bloquinho voltado para crianças, com outros cantores conduzindo os microfones, mas a mesma banda base tocando. “Hoje teve Release em dose dupla no Pelô”, celebrou Aline.

 

Carnaval Amô Pelo Pelô 2024 - Todo dia é tempo de demonstrar o #AmôPeloPelô. Mas no Carnaval esse movimento se intensifica e o Governo da Bahia investe para fazer das ruas, ladeiras, vielas e largos verdadeiros palcos de expressão da nossa cultura. No Pelourinho, a folia é animada, diversa e democrática que abraça o carnaval de rua, microtrios e nanotrios, além de promover, nos palcos, grandes encontros musicais e variados ritmos numa ampla programação. Tem Afro, Reggae, Arrocha, Axé, Antigos Carnavais, Samba, RAP, Pagode/Pagotrap, pop e Guitarra Baiana, além de Orquestras e Bailes Infantis.

 

Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 são os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É o carnaval dos blocos afro, de samba, de reggae e dos afoxés, apoiados por meio do Edital Ouro Negro para desfilar nos três principais circuitos da folia: Batatinha, Dodô e Osmar. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".