#CARNAVALDACULTURA Blocos carnavalescos homenageiam grupos indígenas no circuito Osmar neste domingo (11)

12/02/2024

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Celebrando as tradições e relembrando os povos indígenas, os blocos Commanche do Pelô e Apaches do Tororó desfilaram na avenida na noite deste domingo (11). Além de representarem uma homenagem às tribos indígenas, esses blocos são uma lembrança viva da resistência cultural e histórica desses povos, contribuindo para a preservação e valorização das tradições ancestrais em meio à efervescência e à modernidade do Carnaval de Salvador.

 

O Commanche do Pelô, um dos blocos mais tradicionais do Carnaval de Salvador, comemorou seus 50 anos de resistência desfilando, mais uma vez, no circuito do Campo Grande. Com uma longa história de reverência à origem mestiça dos baianos, mesmo com seu nome e identidade visual inspirados nos nativos norte-americanos, o bloco mantém viva a tradição e a história do povo indígena. O presidente do Bloco, Jorge Rodrigues, conhecido como ‘Jorjão do Pelô’, destaca a importância de propagar a história e a importância dos povos indígenas pela avenida: “É muito importante para mim poder manter viva a história desse povo que fez tantas coisas por nós, que são os povos indígenas, por isso eu sempre digo, enquanto eu viver vou propagar a importância desses povos pela avenida”, afirma o presidente.

 

Para Alana Santana, associada do bloco, é emocionante poder vivenciar essa tradição singular e resgatar um pouco das origens dos povos indígenas através da vestimenta e do desfile: “Eu me sinto feliz por poder representar pelo menos um pouco daquilo que os povos indígenas foram, apesar da estética da nossa roupa e do nosso bloco ser dos povos americanos ainda sim é importante poder lembrar tudo que essas pessoas fizeram.”

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O Apaches do Tororó, outro bloco de índio do Carnaval de Salvador, desfilou pelas ruas do Campo Grande, reafirmando sua posição como o mais antigo bloco de inspiração indígena da cidade. Fundado em 1968, o bloco não apenas celebra as tradições das comunidades indígenas, mas também denuncia a exploração histórica enfrentada pelo povo negro e indígena. Neste ano, o bloco teve a honra de contar com a presença da Aldeia Kiriri desfilando na avenida, representando uma forte união entre culturas e tradições.

 

O diretor do Apaches, Arlei Costa, filho do presidente do bloco, destaca a influência da história e da trajetória do bloco em sua vida, expressando felicidade em poder presenciar algo tão reverenciado por seu pai e representativo para os povos indígenas: “Eu venho acompanhando os passos do meu pai por muitos anos e hoje poder ver algo que ele tem tanta reverência, me faz feliz também. O Apaches representa os povos indígenas e poder ter eles aqui hoje é um presente.” O bloco Apaches do Tororó, com sua longa história de resistência e celebração, continua sendo uma voz importante na preservação e valorização das tradições indígenas no Carnaval de Salvador.

 

Carnaval Ouro Negro 2024 - O Carnaval da Bahia é Ouro Negro. Em 2024, foram investidos R$15 milhões para proporcionar o apoio a mais de 170 grupos dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e de índio. Só no carnaval de Salvador são mais de 100 entidades que desfilam nos circuitos oficiais da folia. Entre as entidades contempladas estão grupos tradicionais como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Muzenza e Cortejo Afro.  A SecultBA amplia sua parceria com blocos tão importantes com o intuito de preservar a tradição destes na folia soteropolitana e nas suas comunidades de origem, valorizando as nossas matrizes africanas.

 

Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 é os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É uma folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".