O circuito Dodô (Barra/Ondina) foi tomado por uma legião de "olodunicos", cerca de 3500 foliões que acompanharam a saída do bloco, abrindo os desfiles deste domingo (11) no carnaval de Salvador.
"Abrimos o desfile aqui no domingo, como em todos os anos, puxando o trio e arrastando essa multidão. Parafraseando Milton Nascimento,'todo artista deve ir onde o povo está', e foi isso que nos trouxe para este circuito", disse Marcelo Gentil, presidente do bloco afro Olodum. Quem estava ansiosa para o desfile foi a soteropolitana Ângela Santos, de 42 anos, que relembrou que é "olodunica" desde os 11 anos. "Vou me divertir muito hoje e encontrar os amigos que só vejo aqui. Venho todos os anos com minhas primas e sair no Olodum já é tradição na família", disse.
O tema do carnaval 2024 é “Wodaabe: O Povo do Sorriso – Uma História de Beleza, Diversidade”, uma tribo originária do continente africano, onde as mulheres são protagonistas da sociedade, além de terem os poderes econômicos. Negra Jhô, rainha do Olodum, estava no trio representando a cultura. Marcelo Gentil falou que trazer essa beleza para a avenida não seria possível sem o apoio do Ouro Negro. "É de fundamental importância para que as manifestações culturais e populares possam continuar desfilando no carnaval de Salvador e mostrando a nossa cara", destacou.
Este ano também foi marcado pelo retorno do cantor Narcizinho, que estava há três anos fora da banda. Ele conduziu o trio junto com os vocais Lucas di Fiori e Lazinho. O bloco desfilou na sexta (09) no circuito Osmar (Campo Grande), para onde retorna no último dia de carnaval, com a tradicional Pipoca do Olodum. Este ano o Olodum foi um dos 107 contemplados no Programa Ouro Negro, se destacando nas categorias e recebendo o topo do aporte. O grupo vem celebrando 45 anos de existência, reforçando os pilares do samba reggae e da musicalidade afro-brasileira.
Carnaval Ouro Negro 2024 - O Carnaval da Bahia é Ouro Negro. Em 2024, foram investidos R$15 milhões para proporcionar o apoio a mais de 170 grupos dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e de índio. Só no carnaval de Salvador são mais de 100 entidades que desfilam nos circuitos oficiais da folia. Entre as entidades contempladas estão grupos tradicionais como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Muzenza e Cortejo Afro. A SecultBA amplia sua parceria com blocos tão importantes com o intuito de preservar a tradição destes na folia soteropolitana e nas suas comunidades de origem, valorizando as nossas matrizes africanas.
Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 é os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É uma folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".