#CARNAVALDACULTURA Afro e Afoxés trazem as tradições religiosas para o Carnaval Ouro Negro

11/02/2024

Entidades carnavalescas Afro e de Afoxés desfilaram a beleza e força das tradições religiosas de matriz africana para o Circuito Batatinha, neste sábado (10). No terceiro dia da festa momesca, o Pelourinho, que já se consagrou como um espaço carnavalesco da família, abrigou diversos blocos culturais, na sua maioria de origem popular e de matriz africana e/ou indígena.

Em geral, os desfiles possuem uma importante semelhança:  as temáticas e as alegorias repletas de elementos que representam a religiosidade e fé de suas comunidades. Como o Afoxé Filhos de Nanã, oriundo de Itapuã, apresentou o tema “O casal do dendê - Xangô e Iansã”, com abre alas exibindo duas representações dos dois orixás.

O pedreiro Aluísio Luiz Costa, 63 anos, coordenador do bloco,  falou sobre a felicidade de ter sua fé tão lindamente representada no circuito do Carnaval. “A nossa religião é muito boa! Eu fico feliz em poder trazer um pouquinho dela para a avenida”, afirmou Luiz.

Nesta mesma linha, Luciana Sampaio dos Santos, 42 anos, é Mãe Pequena do Terreiro de Boiadeiro,  Boca da Mata, de onde saiu o Afoxé. Falou sobre a importância de trabalhar com cultura e ancestralidade do Candomblé nas ruas. “Muita gente não conhece. Precisamos tirar aquele tabu de que Candomblé é coisa do mal. Candomblé é alegria!”, enfatizou Luciana. Para destacar a relevância de se trazer essa temática do casal do dendê para o circuito. “Tem muitas coisas que só se vê que tá dentro do salão. É muito importante trazer isso pras ruas. O tema de agora mesmo, o casal do Dendê que cultua Iansã e Xangô, a dona dos raios, dos ventos”, completou. 

 

Carnaval Ouro Negro 2024 - O Carnaval da Bahia é Ouro Negro. Em 2024, foram investidos R$15 milhões para proporcionar o apoio a mais de 170 grupos dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e de índio. Só no carnaval de Salvador são mais de 100 entidades que desfilam nos circuitos oficiais da folia. Entre as entidades contempladas estão grupos tradicionais como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Muzenza e Cortejo Afro.  A SecultBA amplia sua parceria com blocos tão importantes com o intuito de preservar a tradição destes na folia soteropolitana e nas suas comunidades de origem, valorizando as nossas matrizes africanas.

 

Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contém as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 é os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".