#CARNAVALDACULTURA Tribo de Jah traz o reggae maranhense para o carnaval do Pelourinho

11/02/2024

TribodeJah

Foto: Roberto Viana


O que São Luís, Salvador e Cachoeira têm em comum? Todas essas cidades nordestinas apresentam uma forte ligação com um ritmo jamaicano que traz uma mensagem de paz e valorização da herança negra: o reggae. Representante da primeira leva de grupos de bandas de reggae no Maranhão, a Tribo de Jah fechou as apresentações no Largo do Pelourinho, neste terceiro dia de festejos no carnaval do Pelourinho.

A banda foi formada em 1986 pelo radialista paulistano Fauzi Beydoun, após ele se mudar para São Luís. À época, o ritmo carregava um estigma negativo, e o processo de apresentação de artistas do gênero nas rádios locais favoreceu o êxito do reggae em terras maranhenses. Como resultado, hoje São Luís é conhecida como a Jamaica brasileira.

A conexão entre Fauzi e a cultura negra teve origem durante o período em que ele morou na Costa do Marfim, antes de se mudar paraa capital maranhense. “O Maranhão, como a Bahia, tem uma raiz afrodescendente muito forte. Agora, geograficamente, a Bahia está mais para a África enquanto o Maranhão é mais Caribe, tanto que há desenvolvimentos musicais muito semelhantes nesses dois locais”, analisa o fundador da Tribo de Jah.

A história do grupo começou na Escola de Cegos do Maranhão, onde os primeiros integrantes se conheceram e começaram a atuar em bandas de baile. Depois da entrada do Fauzi no grupo, eles mergulharam de vez no reggae. Da formação original, três dos integrantes, que têm deficiência visual, permanecem na banda.

Para o segurança soteropolitano Leonado Reis, 40 anos, que acompanha o trabalho da Tribo de Jah há bastante tempo, o grupo ter integrantes com deficiência diz muito a respeito do compromisso da bandacom a inclusão: “Além de a Tribo de Jah ter a pegada do reggae maranhense, que é diferente do reggae baiano, a presença desses três músicos é um movimento de integração muito legal, de se elogiar”, disse Leonardo.

No carnaval do Pelourinho, tanto veteranos na festa quanto aqueles que estão vivenciando a folia no Centro Histórico pela primeira vez estão aprovando a organização: “Eu já conhecia Salvador, mas ainda não conheciao carnaval do Pelourinho. Estou curtindo tanto a estrutura quanto as atrações, tanto que não tenho planos para ir nos outros circuitos”, disse a assessora de comunicação Tássia Ferreira, 36 anos, natural de Recife.

Atento à relação entre Salvador e o reggae, Fauzi afirma: “Além de São Luiz, Salvador também é uma Jamaica”. Logo no início do show ele se referiu a Lazzo Matumbi, um dos maiores nomes da música baiana, que se apresentou antes da Tribo de Jah. Fauzi teve a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente nos bastidores da apresentação, compartilhando com o público a sua alegria.

Ao falar sobre a relação da banda com a Bahia, Fauzi e os demais integrantes da banda se divertiram ao lembrar dos causos vividos nos primeiros anos do grupo, que já fez diversos shows em cidades do interior baiano. “Nós já nos apresentamos em locais sem estrutura, subindo ao palco até mesmo sem fazer um lanche antes. Só que o público gostou tanto que voltamos no ano seguinte. A Bahia é enorme, nós temos uma relação muito forte com o sul do estado, Ilhéus, Ipiaú, Itabuna... são várias lembranças boas da Bahia”, comentou Fauzi.

 

Carnaval Amô Pelo Pelô 2024 - Todo dia é tempo de demonstrar o #AmôPeloPelô. Mas no Carnaval esse movimento se intensifica e o Governo da Bahia investe para fazer das ruas, ladeiras, vielas e largos verdadeiros palcos de expressão da nossa cultura. No Pelourinho, a folia é animada, diversa e democrática que abraça o carnaval de rua, microtrios e nanotrios, além de promover, nos palcos, grandes encontros musicais e variados ritmos numa ampla programação. Tem Afro, Reggae, Arrocha, Axé, Antigos Carnavais, Samba, RAP, Pagode/Pagotrap, pop e Guitarra Baiana, além de Orquestras e Bailes Infantis.

 

Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 são os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É o carnaval dos blocos afro, de samba, de reggae e dos afoxés, apoiados por meio do Edital Ouro Negro para desfilar nos três principais circuitos da folia: Batatinha, Dodô e Osmar. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".