#CARNAVALDACULTURA Irmão Carlos Psicofunk e Sandra Simões contagiam o público do Carnaval do Pelô com soul black e rock in roll

11/02/2024

Psicofunk    Sandra

Fotos: Fhelipe dos Anjos / Roberto Viana


A expressividade da artista Sandra Simões e do músico Irmão Carlos Psicofunk atraíram o público que curte soul black e rock in roll, na noite deste sábado, 10, no Carnaval do Pelô.

Expressiva e irreverente, a cantora, compositora, atriz e diretora teatral, Sandra Simões, apresentou um show em homenagem à Rita Lee (1943-2023). Essa artista diversa completa 15 anos de contribuição à festa momesca soteropolitana. Para ela, o incentivo do Governo da Bahia é fundamental para artistas independentes.

Para o casal folião do interior da Bahia, Israel Nascimento, de Valente, e Iara Saldanha, do município de Barra, Rita Lee é a rainha do rock. “Eu gosto muito de Rita Lee desde a adolescência. As letras são interessantes porque tem um referencial político e ela conseguiu retratar situações do cotidiano, relacionadas ao amor e à superação de frustrações. Ela deixou um grande legado, que as novas gerações precisam valorizar. A Sandra Simões é uma artista talentosa e expressiva. Adoramos o show”, disse a aposentada Iara.

Para dançar e pensar em ritmo de soul black e rock in roll, o show de Irmão Carlos Psicofunk apresentou canções autorais, compostas ao longo da carreira do músico, e de outros artistas que inspiram o cantor, como Tim Maia, Raul Seixas e Titãs.

Em clima carnavalesco e caracterizado de conde Drácula, mas inspirado na divindade Exú e em Mandrake, como explicou, o folião soteropolitano Lira Ferreira disse que não conhecia a musicalidade de Irmão Carlos Psicofunk. “Foi uma surpresa boa ouvi-lo e vê-lo se apresentar de maneira irreverente, com uma pegada funk soul e pagotrap. Mas, ainda estou tentando assimilar”, disse o folião.

Há 25 anos, o músico e compositor Irmão Carlos Psicofunk iniciou a carreira musical no Bar de Dona Neusa, mãe do artista, na Boca do Rio, periferia de Salvador.

“Era um desafio fazer rock in roll nas décadas de 1990 e 2000, porque só existia o Rio Vermelho. Era difícil para um jovem preto, da periferia da Boca do Rio, participar do mitiê do Rio Vermelho, um reduto da classe média branca. Porque o rock na Bahia se desenvolve nesse lugar, embora a gente tivesse o rock acontecendo em todos os bairros de periferia”, destacou o músico Irmão Carlos Psicofunk.

O termo “Psicofunk” complementa o nome do artista porque, segundo ele, “Irmão Carlos” lembra gospel. “Pessoas que não me conhecem pensam que é gospel. Por isso inserir “Psicofunk para quebrar e direcionar o público”, pontuou o músico.

Ao falar do repertório, Sandra Simões disse que a seleção das canções foi pensada em julho de 2023, antes da morte de Rita Lee. A banda da artista reúne o guitarrista Tik, o contrabaixista Cadinho Almeida, o baterista Leonardo Bittencourt e, para o show do Carnaval do Pelô 2024, ela convidou a percussionista Érica.

“Pela primeira vez, eu tive a ousadia de trazer o rock in roll para o carnaval, e optei por cantar Rita Lee, porque ela é uma inspiração e referência como artista. Eu sempre estive no palco pop com o “Trem da folia”, contou a cantora, que já fez parceria com outras artistas, como Cláudia Cunha e Manuela Rodrigues, Fabiana Cozza e Jussara Silveira.

“Eu tenho um disco que nomeie de “Sou bamba e rock in roll”. Isso diz tudo, Como compositora, eu caminho por diversos ritmos. Eu gosto de cantar e gosto da música popular brasileira”, concluiu a cantora Sandra Simões.