Foto: Jo Antunes
Com o maior investimento da história dos 14 anos de Programa Carnaval Ouro Negro no Estado da Bahia, representantes dos blocos de matriz africana do carnaval de Salvador, ressaltaram a importância do Ouro Negro, enquanto política cultural com vistas à equidade racial.
O carnaval de 2024 tem o tema “50 Anos de Blocos Afro. Nossa Energia é Ancestral” e enaltece um dos principais pilares do Carnaval da Bahia: a herança africana e a expressão afro-brasileira e celebrando os 50 anos dos Blocos Afro. Para o Carnaval de Salvador, o apoio vai para 107 entidades, entre afoxés, blocos afro, de índio, de samba e de reggae.
Foto: Jo Antunes
Este investimento viabiliza o desfile dos blocos e garante a diversidade no carnaval. "Creio que sem o Ouro Negro nós não teríamos um carnaval tão bonito como este", ressaltou Jairo da Mata, diretor do bloco Vem Sambar, que desfilou neste sábado (10) no Circuito Osmar (Campo Grande).
"Nós somos a força motriz de toda essa riqueza cultural do carnaval da Bahia. Muitas vezes somos sucumbidos pelas grandes empresas de entretenimento e este programa permite que possamos estar na avenida", disse Jairo.
Foto: Francisco Moreira
Quem fez seu segundo e último desfile deste carnaval, foi o bloco afro Bankoma, que surgiu em um terreiro de candomblé em Lauro de Freitas, Bahia. Jéssica Neves, diretora do bloco, destacou a importância do Ouro Negro para as manifestações culturais das religiões de matriz africana. "Este fomento contribui para a preservação, e valorização e salvaguarda do povo santo. Estamos na maior vitrine do carnaval, mostrando nossa beleza, brilho, importância e respeito às culturas de matriz africana", celebra.
Quando questionada sobre o que não pode faltar no carnaval Ouro Negro, ela brincou "bloco afro!". "Essa pergunta já tem a resposta certa. Bloco de samba, de reggae, afoxés, todos o movimento que tem pertencimento, história e legado de matriz africana", disse.
Até o final deste Carnaval, cerca de 60 blocos ainda desfilarão, em um dos cinco circuitos da festa. O Ouro Negro existe desde 2009 e este ano está investindo aproximadamente 15 milhões no Carnaval da Bahia.
Carnaval Ouro Negro 2024 - O Carnaval da Bahia é Ouro Negro. Em 2024, foram investidos R$15 milhões para proporcionar o apoio a mais de 170 grupos dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e de índio. Só no carnaval de Salvador são mais de 100 entidades que desfilam nos circuitos oficiais da folia. Entre as entidades contempladas estão grupos tradicionais como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Muzenza e Cortejo Afro. A SecultBA amplia sua parceria com blocos tão importantes com o intuito de preservar a tradição destes na folia soteropolitana e nas suas comunidades de origem, valorizando as nossas matrizes africanas.
Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 é os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".