Cria da região da Cidade Baixa de Salvador, o bloco Bola Cheia desfilou no circuito Osmar, na tarde deste sábado (10), colocando o público presente para sambar. Fundado por um morador do bairro, seu Jurandir Tadeu, ao bloco foi criado como uma simples fanfarra, mas já com o desejo de ser algo maior. Hoje, organizado com cerca de 800 associados, cordeiros, trio e muita animação, o bloco realiza seu desfile único neste carnaval.
O nome sugestivo 'Bola Cheia' foi escolhido devido ao grande número de ex-jogadores que faziam parte desse sonho, idealizado seis décadas atrás, segundo o fundador Jurandir. Para ele, uma 'bola cheia' no futebol representa uma bola completa, e assim, não poderia deixar de fazer esse trocadilho ao nomear seu bloco. Sobre o carnaval, Jurandir destaca que celebrar os 25 anos do Bola Cheia é um momento único: 'Nosso bloco cresceu ao longo dos anos e fico muito feliz que as pessoas consigam reverenciar algo que começou dentro da minha família e hoje se tornou uma grande família carnavalesca”.
Animados e embalados pelo Grupo Representa, o bloco passou interagindo e agitando a Avenida. André Luiz, filho de Jurandir Tadeu, testemunhou de perto as decisões tomadas por seu pai em relação ao bloco, aprendendo assim a arte de fazer Carnaval: 'O bloco surgiu e eu cresci vendo meu pai organizá-lo, todos os anos para desfilar pelas ruas. Vi uma simples fanfarra se tornar algo tão grandioso, e agora já temos um trio elétrico. Graças ao Ouro Negro, podemos continuar desfilando e fazendo o que mais gostamos, que é o Carnaval', afirma André.
Esse legado de pai para filho também envolveu várias pessoas na construção dessa história, como o associado Abelardo Neto, que está no bloco há 25 anos. Para ele, nada se compara à felicidade de fazer parte de uma entidade tão familiar: 'Trouxe minha esposa, meus filhos; todos estão aqui para prestigiar esse bloco do qual tenho tanto orgulho de fazer parte. É algo familiar, de amigos, e por isso tenho a segurança de trazer as pessoas mais importantes da minha vida', declara Abelardo.
Carnaval Ouro Negro 2024 - O Carnaval da Bahia é Ouro Negro. Em 2024, foram investidos R$15 milhões para proporcionar o apoio a mais de 170 grupos dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e de índio. Só no carnaval de Salvador são mais de 100 entidades que desfilam nos circuitos oficiais da folia. Entre as entidades contempladas estão grupos tradicionais como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Muzenza e Cortejo Afro. A SecultBA amplia sua parceria com blocos tão importantes com o intuito de preservar a tradição destes na folia soteropolitana e nas suas comunidades de origem, valorizando as nossas matrizes africanas.
Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 é os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".
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