#CARNAVALDACULTURA Bloco da Saudade: Tradição e memória de geração à geração

11/02/2024

saudade saudade
foto: Adriane Rocha/ Ronaldy


O Bloco da Saudade tem 38 anos de história e continua fazendo a festa das famílias pelas ruas do carnaval de Salvador, no terceiro dia de folia em Salvador. Este ano, o bloco presta uma homenagem às vozes femininas do samba, celebrando mulheres que deixaram sua marca no gênero com maestria. Desde as pioneiras, como Tia Ciata, até as sambistas contemporâneas, o bloco destaca a importância das mulheres no cenário do samba brasileiro.

 

Fundado em 1986, o Bloco da Saudade nasceu do desejo de resgatar o samba e os antigos carnavais. Hoje, com 130 músicos, o bloco continua a encantar os foliões com sua música e sua tradição, mantendo vivo o espírito carnavalesco que inspirou seu fundador, Aniz Cabral, desde a infância. Tanise Cabral, vice -presidente do Bloco da saudade conta com orgulho a história do grupo que cresceu vendo sair pelas ruas de Salvador: “Meu pai Aniz Cabral fundou o bloco da saudade dia 6 de fevereiro de 1986 no bairro da Saúde, com o grupo de amigos. Na época já existia trio e o meu pai decidiu juntar seus amigos e trazer instrumentos percussivos de samba para a Avenida. Inicialmente, desfilavam apenas homens, mas em 1990 esta orientação foi alterada e as mulheres passaram a tocar.”, lembra

 

Para Tanise, o Bloco da Saudade significa família e memória, de uma infância feliz nos circuitos de carnaval: “O bloco da saudade é o bloco da família, é um dos poucos blocos de Salvador que desfila cedo. Então, eu tenho muito orgulho de fazer parte da direção junto com meu pai. Antes, o via fazendo carnaval, e hoje, estamos reunindo cerca de mil associados na Avenida”.

 

A associada, Elizete Lima, 83 anos comenta que no bloco, ela consegue se aproximar dos antigos carnavais: “Eu não lembro quantos anos tenho aqui no Bloco da Saudade, eu sempre venho para cá, pois é uma verdadeira roda de amigos, a gente dança, se diverte e as músicas fazem a gente lembrar de outros carnavais.” Elizete é foliã fiel e acompanha a entidade desde sua fundação. “Eu lembro bem quando esse bloco começou a sair, tinha um grupo de amigos que criou o Bloco. Acho que esse nome escolhido foi para que a gente sempre se lembre dos antigos carnavais com marchinhas, músicas que me faziam e me fazem dançar”, afirmou Elizete. O bloco desfila três dias no Carnaval de Salvador, sendo na próxima segunda-feira (12), no Campo Grande; e na terça-feira (13), no Pelourinho.

 

Carnaval Ouro Negro 2024 - O Carnaval da Bahia é Ouro Negro. Em 2024, foram investidos R$15 milhões para proporcionar o apoio a mais de 170 grupos dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e de índio. Só no carnaval de Salvador são mais de 100 entidades que desfilam nos circuitos oficiais da folia. Entre as entidades contempladas estão grupos tradicionais como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Muzenza e Cortejo Afro.  A SecultBA amplia sua parceria com blocos tão importantes com o intuito de preservar a tradição destes na folia soteropolitana e nas suas comunidades de origem, valorizando as nossas matrizes africanas.

Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 é os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".