#CARNAVALDACULTURA Celebrando 49 anos, bloco Alvorada homenageia o samba junino

10/02/2024

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fotos: Fafá Araújo | SecultBa

Tradição junina nos bairros populares da capital baiana, “O encanto do Samba Junino no Carnaval de Salvador” foi o tema do bloco Alvorada, que abrilhantou o Circuito Osmar (Campo Grande), na noite desta sexta-feira (9).

 

O bloco de samba mais antigo em atividade no Carnaval de Salvador, o Alvorada comemora seus 49 anos de existência, em um desfile que leva mais de dois mil foliões para a avenida. "Somos o primeiro bloco de samba da sexta-feira, decisão tomada há 49 anos que nos deu esse pioneirismo na avenida. Este ano homenageamos o samba junino, resistência cultural genuinamente soteropolitana", disse Vadinho França, diretor-geral e fundador do Alvorada.

 

Um dos integrantes da Ala de Canto do bloco é o cantor e compositor Marco Poca Olho, fundador do grupo de samba junino "Samba Tororó", do bairro que leva o mesmo nome. "Me sinto lisonjeado por essa homenagem. Sou líder do grupo de samba que existe há 40 anos. O samba junino só existe nesta capital, em mais nenhum lugar do mundo e vamos manter viva essa história", enfatizou.

 

O bloco contou também com apresentações do samba carioca do Vou pro Sereno, dos baianos Grupo Movimento, Burungundun e o cantor santamarense Roberto Mendes, além da Ala de Canto do Alvorada. O bloco se consagrou por ser um espaço aberto do carnaval para a interação entre o samba urbano, samba rural e principalmente, o samba de roda.

 

Valdélio Santos, 74 anos, é um folião antigo do bloco e participa há 20 anos dos desfiles. “O bloco traz a marca da tradição do samba e é uma importante representação da nossa cultura”, disse. Ele é ogã do Terreiro do Cobre, no Engenho Velho da Federação e disse que desfila com cerca de 20 irmãos e irmãs de santo e já é uma tradição do terreiro.

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foto: Fafá Araújo | SecultBa

Samba junino - Oriundo dos terreiros de Candomblé e com forte influência do samba de caboclo, a manifestação cultural surgiu no final da década de 1970 e ganhou as ruas dos bairros populares de Salvador durante os arrastões no mês de junho, sendo reconhecido como Patrimônio Cultural de Salvador.

 

Vadinho França também relembrou a importância do tema do carnaval deste ano, que celebra os 50 anos dos blocos afro. "A gente tá comemorando 50 anos de uma construção do povo negro que conseguiu construir uma história que ultrapassou a Bahia e chegou ao mundo", celebrou.

 

Carnaval Ouro Negro 2024 - O Carnaval da Bahia é Ouro Negro. Em 2024, foram investidos R$15 milhões para proporcionar o apoio a mais de 170 grupos dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e de índio. Só no carnaval de Salvador são mais de 100 entidades que desfilam nos circuitos oficiais da folia. Entre as entidades contempladas estão grupos tradicionais como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Muzenza e Cortejo Afro.  A SecultBA amplia sua parceria com blocos tão importantes com o intuito de preservar a tradição destes na folia soteropolitana e nas suas comunidades de origem, valorizando as nossas matrizes africanas.

Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 é os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".