#CARNAVALDACULTURA Bloco Afro Bankoma de Lauro de Freitas desfilou no Campo Grande nesta quinta-feira (8)

09/02/2024

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Com o tema “Ninjila Dja Mya Ukulu: Caminhos do Tempo”, o bloco Afro Bankoma desfilou nesta quinta-feira,  8 de fevereiro, no circuito Osmar (Campo Grande) e levou a energia da cultura da religião de matriz africana para as ruas. Famílias, adultos, jovens, crianças e idosos pautaram lutas, religiosidade, resistência e muito axé. À frente do bloco, baianas levando cestas com flores, pipocas e milho branco abriam a musicalidade do tambor no trio.

 

O Bankoma é único grupo no carnaval de Salvador, oriundo de outro municipio, contemplado na iniciativa do Carnaval Ouro Negro. O Bloco nasceu no município de Lauro de Freitas, no Terreiro São Jorge da Goméia, tem suas raízes no candomblé e mantém um trabalho social na região. Mameto Kamurici, líder religiosa da casa e presidenta do bloco afro do Bankoma, salientou o quanto é importante o bloco desfilar em Salvador, “é maravilhoso poder ter essa oportunidade de participar do maior carnaval de rua do mundo". Ela ainda destaca que essa visibilidade é uma luta contra a intolerância religiosa.

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Da mesma forma, Jéssica Neves, pedagoga, ressaltou com alegria que “saímos da região metropolitana de Salvador para fazer esse momento histórico. Levando o povo da comunidade para o carnaval, a maior vitrine, para mostrar que o povo de Lauro de Freitas tem muita cultura, luta e raça”. Para ela, mais do que desfilar na Avenida, o Bankoma é “um grito de liberdade pelo culto aos ancestrais, aos orixás e todas as entidades religiosas de matriz africana".


Oportunizar a saída do bloco Afro no carnaval de Salvador é um ato de luta e resistência negra. Além de uma reparação social na cultura baiana. Sandra Cruz, médica, afirma que é preciso tornar o carnaval mais negro. Ela destaca que “tornar o carnaval mais preto é um dever social. Isso aqui representa a nossa resistência, precisamos preservar nossa música, nossa dança, nosso turbante”.O Bloco Afro Bankoma tem uma nova participação no carnaval de Salvador no sábado, 10 de fevereiro, a partir das 18h, no circuito Osmar ( Campo Grande) e também possui compromissos sociais e culturais com o bairro de Portão, em Lauro, .

 

Carnaval Ouro Negro 2024 - O Carnaval da Bahia é Ouro Negro. Em 2024, foram investidos R$15 milhões para proporcionar o apoio a mais de 170 grupos dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e de índio. Só no carnaval de Salvador são mais de 100 entidades que desfilam nos circuitos oficiais da folia. Entre as entidades contempladas estão grupos tradicionais como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Muzenza e Cortejo Afro.  A SecultBA amplia sua parceria com blocos tão importantes com o intuito de preservar a tradição destes na folia soteropolitana e nas suas comunidades de origem, valorizando as nossas matrizes africanas.

Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 é os 50 anos de Blocos Afro - Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, "50 anos dos Blocos Afro - Carnaval da Bahia 2024 - Nossa Energia é Ancestral".