Bahia detém uma das maiores reservas de pinturas rupestres do país

26/08/2010
Evento internacional contempla as realizações simultâneas do 5º Seminário de Arte Rupestre da Universidade Federal da Bahia e a 3ª Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre – ABAR, com apoio do Governo do Estado da Bahia e SecultBa/IPAC, de hoje, segunda-feira (dia 23) até quarta, dia 25, na cidade de Lençóis, Chapada Diamantina   Mais de 200 inscritos, entre estudantes e professores universitários, guias de turismo, empresários de hotelaria, pesquisadores especialistas e arqueólogos brasileiros e estrangeiros lotaram hoje, dia 23 (agosto, 2010), em Lençóis, Chapada Diamantina (BA), os dois auditórios disponibilizados para o mais importante evento internacional de Arte Rupestre já ocorrido na Bahia.   “Além da apresentação de novos dados das últimas pesquisas realizadas no Brasil, esse evento se diferencia por também possibilitar a discussão de enfoques conceituais e metodológicos utilizados em outros países possam servir de exemplo e permitir o avanço sobre esse tipo particular de patrimônio arqueológico no Brasil”, ressaltou na abertura do evento, seu coordenador geral, professor doutor Carlos Etchevarne, do departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba). O encontro que reúne especialistas de todo o Brasil e participantes estrangeiros congrega, simultaneamente, o 5º Seminário de Arte Rupestre da Ufba e a 3ª Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre (Abar).   A arte rupestre – do latim rupes que significa rochedo -, que reúne vestígios, pinturas e desenhos deixados por populações pré-históricas é considerada por especialistas em arqueologia um dos mais importantes testemunhos do passado humano no planeta. Encontrada geralmente em abrigos, grutas e lajedos rochosos de várias partes do mundo, essa arte foi produzida por grupos humanos de caçadores-coletores, horticultores, agricultores ou pastores. Segundo os estudiosos, a Bahia reúne um dos maiores acervos de arte rupestre do nosso país.   “Um dos grandes diferenciais deste encontro é a reunião, pela primeira vez no país, de quase todas as gerações da arqueologia brasileira, com a presença de especialistas internacionalmente renomados como Niède Guidon e Gabriela Martin, até estudantes de graduação”, explicou a Gestora de Patrimônio Arqueológico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura (MinC), Maria Lúcia Pardi, também convidada e palestrante do evento.   A especialista do Iphan destacou ainda que a área da arqueologia tem crescido cada vez mais no Brasil. “Prova disso é que há seis anos atrás existia apenas um curso de Arqueologia em todo o páis, e hoje, já existem 11 com centenas de estudantes exclusivamente interessados nessa área”, disse.   Os arqueólogos são solicitados não somente para a área acadêmica, ensinando e pesquisando em universidades, mas também como profissionais de carreira em instituições públicas federais, estaduais e municipais, ou ainda como consultores para Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/Rima) para ajudar na implantação de quaisquer empreendimentos, desde redes hoteleiras até parque temáticos, de preservação, entre outras ações.   O encontro internacional acontece no auditório Afrânio Peixoto da Fundação Pedro Calmon, órgão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) e no hotel Portal de Lençóis. O governo estadual participa, igualmente através da SecultBA, com as ações do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) um dos apoiadores do evento.   “Além de apoiarmos encontros como este, realizamos fóruns, seminários e oficinas de educação patrimonial principalmente no âmbito da Chapada Diamantina onde ocorrem o maior número de pinturas rupestres do Estado”, comentou o diretor geral do Ipac Frederico Mendonça. Para o dirigente é fundamental a criação de instrumentos normativos para a proteção e a promoção dos bens patrimoniais, catalogar e mapear os mananciais de pinturas rupestres, para, finalmente, explorar adequadamente e com segurança ambiental o turismo nessa região. “Essas são premissas básicas para a proteção, conservação e aproveitamento sustentável desses recursos, que, em última instância, serão transformados em vetores de desenvolvimento econômico e social desses municípios”, disse Mendonça.   A intenção é a criação de um circuito patrimonial, ambiental e turístico construído conjuntamente pelos poderes públicos federal, estadual e municipais, visando benefícios concretos para a preservação e novas perspectivas para o desenvolvimento econômico e social dessa importante região na Bahia.   A programação continua amanhã (dia 24) com mesas de discussão sobre ‘Referências etnográficas no estudo da arte rupestre’, ‘A arte rupestre – entre micro e macro escalas de análise’, ‘As gravuras rupestres do Rio Araguaia’, ‘Arte rupestre, para quem quiser ver’, ‘Os registros rupestres da Chapada do Araripe’, entre outros.  Mais informações são disponibilizadas através dos contatos institutojcmo@gmail.com e site www.bahiarqueologica.com.br.   ·    Evento: Encontro Internacional - ARTE RUPESTRE, 5º Seminário de Arte Rupestre da Universidade Federal da Bahia e a 3ª Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre – ABAR ·    Organização: Grupo de Pesquisa Bahia Arqueológica – UFBA/CNPQ e Instituto Julio Cesar Mello de Oliveira ·    Local: Hotel Portal de Lençóis e Auditório Afrânio Peixoto (Cidade de Lençóis, Chapada Diamantina, Bahia) ·    Data: 23 a 25 de agosto de 2010 ·    Contatos: institutojcmo@gmail.com ·    Outras informações e inscrições: www.bahiarqueologica.com.br ·    Apoios: Governo da Bahia/IPAC/SecultBA, FAPESB, CNPQ, Fundação Pedro Calmon, Agência Volta ao Parque